Plantadores de soja nos EUA estão em desepero

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Plantadores de soja nos EUA estão em desepero
EUA: Colheita da soja começa com 0 kg vendido à China e Brasil ocupa espaço
Maior comprador do grão do planeta parece boicotar americanos; exportadores dos EUA apelam a Donald Trump
A colheita da safra de soja começa nos Estados Unidos com muita apreensão. Pela primeira vez na história, produtores iniciam o processo sem um único quilo vendido para a China. Diante da guerra comercial de Donald Trump, o maior comprador do grão do planeta segue em silêncio com os americanos.
Dados do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos revelam um cenário dramático aos exportadores americanos: a China não fechou nenhum contrato de compra de soja da safra 2025/26, que começa a ser colhida em setembro.
Nessa mesma época de 2024, sem a guerra comercial, chineses já tinham contratos futuros para 3,9 milhões de toneladas da soja. No ano anterior, eram 6,3 milhões de toneladas. Em 2022, o compromisso dos chineses era ainda maior: 11,4 milhões de toneladas.
A queda de 100% nos contratos com os chineses gera uma onda crescente de preocupação – quase pânico – entre os sojicultores americanos.
“A China não tem nenhum pedido de exportação de soja dos EUA para a safra 2025/26. Nesta época, em anos em que as disputas comerciais não eram um problema, a China encomendava uma média de 14% de suas compras de soja dos EUA”, cita a ASA, na sigla em inglês (Associação Americana da Soja).

A entidade que representa os sojicultores entende que o Brasil deve ocupar boa parte desse espaço: “clientes chineses compraram volumes recordes do Brasil entre abril e julho de 2025”, cita a ASA em relatório do fim de agosto.

Esse volume recorde pode ter sido uma “preparação” para o boicote chinês à soja americana.

Além disso, operadores do mercado de commodities citam que, nas últimas semanas, grandes compradores chineses fecharam contratos com exportadores do Brasil para compra de 8 milhões de toneladas em setembro e outras 4 milhões de toneladas em outubro.

Os exportadores americanos citam que produtores argentinos também avançam. No mês passado, foi anunciada a primeira venda de farelo de soja da Argentina para a China. O produto é destinado à fabricação de ração animal para aves e suínos – exatamente o principal destino dos grãos do Brasil e EUA na China.

Em 11 de agosto, o presidente Trump foi às redes sociais e acenou ao setor. Instou a China a quadruplicar a compra de soja diante da suposta preocupação de Pequim com a falta do alimento.

“Espero que a China quadruplique rapidamente seus pedidos de soja. Esta também é uma forma de reduzir substancialmente o déficit comercial da China com os EUA”, disse Trump.

Apesar do apelo, o volume de pedidos não foi quadruplicado. Ao contrário, caiu a zero.

Oito dias depois, os sojicultores enviaram uma carta a Trump. O documento, assinado por Caleb Ragland, presidente da ASA, cita que produtores “estão à beira de um precipício comercial e financeiro”. Por isso, apelou ao presidente para priorizar a soja nas conversas com Pequim.

“Pedimos que priorizem a soja e cheguem a um acordo que inclua a remoção das tarifas retaliatórias da China e, se possível, compromissos significativos de compra”, cita a carta.

Ragland agradece a Trump o post nas redes sociais, mas diz que a realidade é muito diferente – e cita o Brasil.

“Infelizmente para os nossos produtores de soja, a China firmou um contrato com o Brasil para atender às necessidades dos próximos meses, evitando a compra de soja dos Estados Unidos”, lamenta o representante dos exportadores americanos.


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