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Bancos mantêm suspensão de consignado do INSS por correspondentes, mesmo com alta dos juros
Apenas duas instituições financeiras retomaram as ofertas terceirizadas de empréstimos./i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_1f551ea7087a47f39ead75f64041559a/internal_photos/bs/2023/Z/O/UxKJ7PTHaEQlLNLxoN7w/47062122331-042729b878-o.jpg)
O edifício-sede do INSS, em Brasília — Foto: Pedro França/Agência Senado
Já Itaú, Banco Pan, Nubank e Mercantil seguem com a suspensão da oferta nessa modalidade terceirizada. Esses bancos afirmam, no entanto, que continuam concedendo empréstimos e liberando cartões de crédito consignados diretamente em suas agências e em seus canais digitais.
Alegações
Algumas instituições justificam a manutenção da suspensão alegando que a nova taxa de juros ainda é baixa. Em nota, o Itaú afirmou que ““nos patamares atuais, não asseguram a viabilidade econômica das operações por meio desse canal (correspondentes bancários)”. O Mercantil, por sua vez, alegou que “essa decisão se dá tendo em vista a forte elevação dos custos de captação frente ao teto de juros atualmente válido”.
O Banco do Brasil informou que segue oferecendo crédito consignado em seus canais próprios, mas não deixou claro se retomou a operação via correspondentes. Já Santander e BMG não responderam até o fechamento da reportagem.
Mesmo com a suspensão em grande parte dos bancos, o INSS informou que 15.450.087 beneficiários estavam com contratos de empréstimo consignado ativos nesta quinta-feira (dia 6). Segundo o Banco Central, mais de R$ 103 bilhões foram liberados por meio dessa modalidade em 2024 — um aumento de 30,8% em relação aos R$ 78,7 bilhões registrados no ano anterior.
Por que os bancos suspenderam o consignado com correspondentes?
Em dezembro, representantes do setor bancário alertaram o governo que o crédito consignado do INSS estava se tornando inviável sem a revisão do teto de juros, que permanecia em 1,66% ao mês.
Dados apresentados aos ministérios da Fazenda e do Planejamento indicavam que o spread (diferença entre o custo de captação e os juros cobrados dos clientes) nessa modalidade era, em média, de 0,51%. Além disso, os bancos ainda precisam arcar com impostos, custos operacionais, distribuição e provisões para inadimplência, o que, segundo as instituições, tornava essa linha de crédito deficitária.
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