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Fala do deputado do MBL ao explicar seu voto traduz a estratégia do Centrão; ato pode ser indício de que parte do grupo se aproxima de Lula
A fala do deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil), ao mudar seu voto na noite desta quarta-feira (10), para uma suspensão de seis meses para o colega Glauber Braga (PSOL) ao invés da cassação, foi reveladora da estratégia do Centrão:
"Vão-se os anéis, ficam os dedos", como diz o ditado popular. O próprio Kim explica:
“Eu prefiro o deputado Glauber cassado do que eu. Mas o painel não mente”, começou ele. “Em nenhuma votação nós fomos capazes de colocar 257 votos pra cassar o mandato do deputado Glauber Braga. Portanto, o meu voto, em orientação do União Brasil, é Sim, pra que pelo menos a gente passe o recado pra população brasileira que um deputado que dá um pontapé num cidadão toma uma punição de seis meses sem salário, sem direito a voto e sem gabinete”, ressaltou.
“Eu prefiro tomar essa decisão, apesar do meu coração querer a cassação, a racionalidade política impõe que, ou a gente pune com seis meses com voto sim, ou a gente perde essa votação, vai pra votação da cassação e aí, na cassação, ele sai sem punição nenhuma. Então eu voto pela punição de seis meses, presidente”, encerrou o deputado.
Bolsonarismo isolado
A conclusão final do imbróglio foi que o afastamento de seis meses de Glauber saiu barato diante da iminente cassação. E o placar final foi uma lavada, que isolou o PL e a extrema direita bolsonarista: foram 318 votos favoráveis e 141 contrários.
O fato pode ser um indício de um novo comportamento na Câmara dos Deputados, sobretudo de parte do Centrão. O grupo, que costuma oscilar impreterivelmente para o lado em que possa engrossar seu caldo, pode estar assistindo muitos dos seus se aproximarem do governo de Luiz Inácio Lula da Silva. A ver.
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