Isenção do IR e taxação dos ricaço

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Lula enquadrou Ciro Nogueira e deu nó em armadilha do Centrão


Lula resolveu entrar em campo para evitar qualquer manobra do Centrão, que articulava armadilha criando uma bomba-fiscal na votação daquela que será a principal bandeira de sua campanha à reeleição em 2026.
Isenção do IR e taxação dos ricaço


Lula dá nó no Centrão com votação da isenção do IR e taxação dos super ricos. Ricardo Stuckert / PR

A vitória  por 493 votos favoráveis e nenhum contrário, na aprovação da isenção do Imposto de Renda àqueles que ganham até R$ 5 mil por mês e a taxação dos super ricos como compensação contou com a atuação pessoal de Lula, que horas antes do PL 1087/25 entrar em votação no plenário da Câmara enquadrou os presidentes do União, Antônio Rueda, e do PP, Ciro Nogueira, principal lobista da Faria Lima que havia se comprometido com os endinheirados em tirar o aumento da alíquota entre aqueles que ganham acima de R$ 50 mil mensais.
Segundo informações, Lula resolveu entrar em campo para evitar qualquer manobra do Centrão, que articulava armadilha criando uma bomba-fiscal na votação daquela que será a principal bandeira de sua campanha à reeleição em 2026.
Lula celebra aprovação da isenção do IR e taxação dos super-ricos: "Passo histórico"
Dessa forma, convocou os dois líderes da federação PP-União, que conta com a maior bancada - de 109 deputados - na Câmara, para barrar quaisquer tipo de emendas que retiravam os super ricos da compensação. Claudio Cajado (PP-BA), braço de Nogueira na Câmara, já havia apensando uma emenda tentando retirar o aumento da alíquota dos endinheirados.
Lula explicou que já havia orientado Arthur Lira (PP-AL) a descartar quaisquer emendas. No total, 104 emendas foram apresentadas. A última delaS por Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do PL e braço político de Silas Malafaia. 
Em desespero, revelado na própria justificativa, Cavalcante tentou emplacar um artigo tentando impor ao governo a redução de benefícios fiscais e tentando impedir novas reduções até 2027. "Por todas as razões apresentadas, conta-se com a aprovação da proposta na esperança de que a causa aqui defendida seja também adotada pelos nobres pares", escreveu na justificativa em dois parágrafos.
Pressionados por Lula, Hugo Motta (Republicanos-PB) e Lira derrubaram as emendas e criaram um dispositivo para que o Executivo envie ao Congresso Nacional, dentro de um ano, projeto prevendo política nacional de atualização dos valores de isenção e de aumento da taxação.
Constrangidos, Centrão e a base bolsonarista - que criticou o aumento de impostos aos ricaços - votaram em peso a favor do projeto tendo como horizonte o uso eleitoral do tema em 2026.
Enquadro
No enquadro em Ciro Nogueira e Rueda, Lula citou a força das ruas e os dados da economia se colocando à frente do risco assumido por ele com a isenção do IR, que reflete na renúncia de e R$ 25,4 bilhões em receita do Imposto de Renda, cerca de 10% dos quase R$ 227 bilhões arrecadados com o tributo.
Lula teria sugerido que a disputa política eleitoral em torno de 2026 se dê em outra frente, já que as derrubadas tanto da isenção para cerca de 90% dos brasileiros quanto da derrubada da taxação dos ricaços respingaria em todos aqueles que se posicionaram contra. 
A argumentação forçou um recuo do Centrão, que não ofereceu resistência à aprovação do PL. 
No entanto o acordo entre o Centrão e a base bolsonarista passou para o chamado PL da Dosimetria, que reduz penas em vez de dar anistia a Jair Bolsonaro (PL).
A ala do Centrão liderada por Nogueira defende a intensificação das negociações, conduzidas por Paulinho da Força (Solidariedade-SP), para contemplar o ex-presidente, que seguiria cumprindo prisão na mansão alugada pelo PL, declarando, em troca, apoio à candidatura de Tarcísio Gomes de Freitas (Republicanos) ao Planalto.
No entanto, o acordo, que já teria sinalização positiva de Bolsonaro, ainda enfrenta resistência dos filhos do ex-presidente, que temem ser alijados da chapa, com Ciro Nogueira assumindo a candidatura à vice.
A estratégia desencadeada por Lula de dentro do Planalto deu um nó na armadilha da isenção do IR. De quebra, causou impasse na "anistia", visto que o embate em torno do agora PL da Dosimetria deve se estender diante da ação de Eduardo Bolsonaro (PL-SP) dos EUA, que se recusa a obedecer as ordens do pai de "calar a boca".
Parafraseando Paulo Guedes, ex-super ministro de Bolsonaro, sobre a suspensão do aumento de servidores, Lula "colocou a granada no bolso" de Nogueira, que pode implodir a "unidade" do Centrão em 2026, como Eduardo fez com a ultradireita.

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