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Tráfico de drogas e de armas, troca de dólar para liderança do Comando Vermelho (CV), contrabando e lavagem de dinheiro. Esses são alguns dos crimes que investigações das Polícias Federal e Civil atribuem ao deputado estadual Thiego Raimundo dos Santos (MDB), o TH Joias, preso na manhã desta quarta-feira (3), no decorrer de duas operações simultâneas.
Em entrevista coletiva na sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio, no Centro, o superintendente Fábio Galvão destacou que o parlamentar tem forte ligação com o traficante Luciano Martiniano da Silva, o Pezão, líder do CV no Complexo do Alemão, na Zona Norte. Os contatos eram realizados por intermédio de Gabriel Dias de Oliveira, o Índio do Lixão, braço direito de Pezão.
Com todo esquema criminoso, a investigação identificou que Pezão movimentou cerca de R$ 120 milhões em cinco anos. Já TH cerca de R$ 8 milhões em três anos.
Para Galvão, Thiego entrou na política para representar o interesse do Comando Vermelho, inclusive, dando cargos a pessoas na Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj), como a mulher do traficante Índio do Lixão e para Luiz Eduardo Cunha Gonçalves, o Dudu, que trabalhou como seu assessor e também é acusado de ligação com a facção.
"Os anseios e objetivos do parlamentar desde que entrou era transparecer preocupado, ironicamente, com a segurança pública. Logicamente, ele se aproveitou disso. Todo evento ligado à segurança ele queria colocar a imagem dele. Isso deixou bem claro qual era o objetivo. Ele, nos bastidores, era um membro importante do Comando Vermelho. Ele se aproveita disso e está bem claro que os interesses que está atendendo não é o da sociedade e sim o da facção. Ele extrapolava muito mais do que poderia se imaginar e ganhava dinheiro em cima dos chefes do tráfico", destacou o superintendente.
Thiego já havia sido preso, em 2017, e condenado há cerca de 15 anos de prisão por associação com facção rival do CV, o Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo investigações da Polícia Civil na época, o homem e um sócio utilizavam imóveis, veículos de luxo, joias e empresas para dar aparência legal ao lucro do tráfico. Os dois também pagavam propinas a policiais em troca de informações de operações e investigações contra os integrantes do TCP. TH ficou cerca de ano preso e estava recorrendo ao processo em liberdade.
Segundo o secretário de Estado de Polícia Civil, delegado Felipe Curi, que comandou as investigações de 2017, não houve surpresa com as acusações contra TH.
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