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Os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), que no primeiro momento tentaram capitalizar a seu favor o tarifaço, estão tentando se reposicionar, diante do enorme desgaste da oposição nas redes sociais com o apoio de Bolsonaro às medidas de Trump. O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União), está na mesma situação, embora seu estado não esteja entre os principais exportadores para os Estados Unidos.
Todos são pré-candidatos à Presidência e sonham com o apoio de Bolsonaro em 2026. Ironicamente, a crise diplomática e comercial entre o Brasil e os EUA alimenta a polarização entre Lula e o ex-presidente, porém, agora, com a balança pendendo a favor do governo e contra a oposição.
A situação é dramática para São Paulo, que respondeu por US$ 13,6 bilhões das exportações para os Estados Unidos em 2024, seguido pelo Rio de Janeiro (US$ 7,4 bi), governado por outro aliado de Bolsonaro, Cláudio Castro, e sua principal base eleitoral. Vêm a seguir Minas Gerais (US$ 4,6 bi) e Espírito Santo (US$ 3 bi), o único estado cujo governador, Renato Casagrande (PSB), é aliado de Lula.
A esses números somam-se os R$ 14 bilhões em exportações do Nordeste — especialmente de Ceará, Bahia e Maranhão —, sob risco iminente de colapso, segundo levantamento da Sudene. No Brasil meridional, Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná exportam cerca de US$ 5 bilhões para os Estados Unidos. Em todos os estados, o bolsonarismo ficou na berlinda, mesmo naqueles onde é amplamente majoritário.
Entre os principais produtos afetados pelas tarifas estão petróleo, derivados, ferro e aço, celulose, café, calçados, carnes, frutas e suco de laranja. São setores que agregam valor às exportações, empregam milhares de brasileiros e sustentam economias regionais inteiras. Ainda assim, em nota agradecendo o apoio de Trump, Bolsonaro não fez nenhuma crítica ao tarifaço.
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