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As próximas medidas do STF deverão abalar o mundo bolsonarista, levando muitos seguidores a refletirem sobre o próprio futuro
Quando seu pai ficou favorito na disputa presidencial de 2018, o filho 03 e deputado federal (hoje licenciado) Eduardo Bolsonaro, fez o primeiro ataque ao STF ao “palestrar” para soldados. Bravatou ele que seria fácil fechar o STF. “Basta um cabo e soldado para isso”, disse, em tom irônico e patético, o filho mais mimado, que, por 14 anos, foi o caçula do clã.
Ali, já daria a demonstração de quem é e de como seria o governo do papai, sem quaisquer respeito às tais quatro linhas da Constituição que eles nunca leram. Hoje, sete anos depois, ante o risco de prisão do ex-presidente, filhos esperneiam e acirram o duelo contra o Supremo.
A recente represália norte-americana de suspender os vistos dos ministros do STF e familiares, por influência dos bolsonaros, terá resposta dura. A Corte Suprema está em modo super ativo. A ministra Cármen Lúcia, por exemplo, deixou Belo Horizonte, onde tem residência, no sábado, para Brasília. Ela integra a primeira turma do STF, onde estão sendo apreciadas as medidas cautelares adotadas pelo ministro Alexandre de Moraes contra Bolsonaro. Até ontem, com maioria já formada (4 a zero), faltava só o voto do ministro Luiz Fux.
Ainda por lá, pode sair a qualquer momento o pedido de prisão de Eduardo Bolsonaro. A decisão precisaria ser confirmada pela Câmara dos Deputados, pela qual ele tinha licença até ontem. Se assim for, o 03 entraria na lista de procurados pela Interpol, a Organização Internacional de Polícia Criminal. Não será detido nos EUA, mas correrá riscos se viajar para outro país. Para o Brasil, então, nem pensar. Está mais do que tipificada criminalmente as condutas dele contra a soberania do país e a independência do Judiciário.
Se a família Bolsonaro consegue recursos de exceção, em vez daqueles constitucionais, como colocar um país, outrora sério e democrata, contra outro, no Brasil, o contexto é outro. As próximas medidas do STF deverão abalar o mundo bolsonarista, levando muitos seguidores a refletirem sobre o próprio futuro. Os Bolsonaros vão descobrir que o país, que o pai tentou governar, não é uma republiqueta que tentaram transformar. Sem explicação alguma, o filho 01, senador Flávio Bolsonaro (PL), viajou para Portugal um dia antes da operação policial contra o pai. De lá, teria tomado rumo incerto.
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