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Médico, o parlamentar de extrema direita de Canarana (MT), a mais de 800 km de Cuiabá, tinha forte discurso moralista e conservador. 
O vereador bolsonarista Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa e o ex-presidente Jair Bolsonaro.Créditos: Instagram/Reprodução

O vereador bolsonarista Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa e o ex-presidente Jair Bolsonaro.
Créditos: Instagram/Reprodução
Entenda o caso
O vereador bolsonarista Thiago Bitencourt Ianhes Barbosa (PL), de 39 anos, do município de Canarana, a mais de 800 km de Cuiabá, no Mato Grosso, foi preso em flagrante no último sábado (31) por estupro de vulnerável e posse de material relacionado a abuso sexual infantil. Além do cargo político, ele também exerce a profissão de médico na região.
Nas redes sociais, o parlamentar exibiu nos últimos anos sua proximidade com expoentes da extrema direita brasileira, incluindo fotos com o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Thiago, no campo político, era conhecido por sustentar um forte discurso ultraconservador, moralista e religioso, frequentemente exaltando os “valores da família” e fazendo menções públicas a “Deus”.
Prisão em flagrante e apreensão de materiais ligados ao crime
A prisão foi realizada durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão na residência do vereador e em consultórios médicos nos quais ele atendia. Segundo o delegado da Polícia Civil do Mato Grosso responsável pela operação, Flávio Leonardo, os agentes encontraram uma grande quantidade de imagens de abuso sexual infantil, sendo que algumas das cenas teriam sido produzidas, armazenadas e compartilhadas pelo próprio acusado.
Além dos arquivos digitais, as autoridades apreenderam ainda roupas infantis e apetrechos sexuais no imóvel do bolsonarista. A gravidade das evidências motivou a decretação da prisão preventiva após audiência de custódia realizada ainda no fim de semana.
Abuso sistemático e escravidão sexual de adolescentes
As investigações apontam que Thiago utilizava sua condição de médico para se aproximar de vítimas em situação de vulnerabilidade socioeconômica, sempre menores de idade, algumas ainda muito jovens. De acordo com a apuração da polícia, ele mantinha relações com uma adolescente e a submetia a práticas de escravidão sexual.
Ainda segundo o delegado, há fortes indícios de que a jovem era usada como intermediária usada para facilitar o abuso de um bebê de apenas dois anos de idade. Com o aprofundamento das apurações, os investigadores acabaram localizando uma nova vítima: outra adolescente, hoje com 15 anos, que relatou que mantinha um relacionamento sexual de exploração com o vereador bolsonarista desde os 12 anos.
Até o momento, o Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso (CRM-MT) e a Câmara Municipal de Canarana ainda não se manifestaram sobre o caso, apesar da gravidade dos crimes imputados a um agente público com mandato vigente.
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