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Tricampeão da Fórmula 1, Nelson Piquet foi doador da campanha de Jair Bolsonaro à presidência e o visitou durante prisão domiciliar
Jair Bolsonaro (à esquerda) ao lado de Nelson Pique (à direita) durante discurso
(foto: Anderson Ridel)
Antes dessa terça-feira (25/11), quando começou a cumprir a pena de 27 anos e três meses por, entre outros crimes, tentativa de golpe de Estado, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) estava em prisão preventiva. A detenção ocorreu nesse sábado (22), após a Polícia Federal (PF) indicar tentativa de violação da tornozeleira eletrônica e risco real de fuga, em plano que poderia passar pelo aeródromo privativo da família do ex-piloto de Fórmula 1 Nelson Piquet.
A pista de pouso da família Piquet fica localizada às margens do condomínio Solar de Brasília, no Distrito Federal, onde Bolsonaro morava e vivia, desde agosto, em prisão domiciliar em função do descumprimento de medidas cautelares impostas pelo Supremo Tribunal Federal (STF). O local, pertencente a Geraldo Piquet – irmão de Nelson -, entrou no radar da PF, segundo o Intercept Brasil. Parte se deve ao histórico da família Piquet. Tricampeão da Fórmula 1, Nelson é uma das figuras públicas mais identificadas com o bolsonarismo.
O ex-piloto doou dinheiro para a campanha de Bolsonaro à presidência em 2022 e o visitou durante a prisão domiciliar, em 5 de novembro – autorizado pelo ministro do STF Alexandre de Moraes. Proprietário do aeródromo, Geraldo já disse ser capaz de pilotar diferentes aeronaves. Em vídeos nas redes sociais, ele mostra acrobacias sobre Brasília.
A localização estratégica é outro fator determinante: somente 200 metros separam a pista do condomínio de Bolsonaro. Conforme o Intercept, uma das hipóteses levantadas é de que a fuga ocorreria em meio à vigília bolsonarista convocada por Flávio Bolsonaro (PL), filho do ex-presidente, para a noite de sábado (22) – o ex-chefe do Executivo, entretanto, foi preso na manhã do mesmo dia. A publicação ainda diz que a PF estuda realizar diligências no local, além do levantamento de imagens e uma possível oitiva de Geraldo Piquet.
Registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), o aeródromo privado possui uma pista asfaltada de 590 metros de comprimento e 18 metros de largura. Não há provas de que o local seria utilizado em uma eventual fuga de Bolsonaro. As próximas etapas da investigação da Polícia Federal tendem a elucidar o caso.
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