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Comentarista de extrema direita da Jovem Pan foi alvo de megaoperação contra a Refit

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Líder do MBL e comentarista da Jovem Pan foi alvo de megaoperação contra a Refit

Cristiano Moreira Pinto Beraldo, líder do grupo de extrema direita Movimento Brasil Livre (MBL) e comentarista político da Jovem Pan, foi um dos alvos diretos da megaoperação Poço de Lobato, deflagrada por Receita Federal e Ministério Público nesta quinta-feira (27) para investigar um esquema bilionário de fraude fiscal, lavagem de dinheiro e evasão de divisas envolvendo o Grupo Refit. Segundo os investigadores, Beraldo é apontado como operador de empresas offshore nos Estados Unidos vinculadas ao empresário Ricardo Magro, utilizadas para ocultar patrimônio e viabilizar a chamada confusão patrimonial do grupo.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos contra Beraldo no âmbito da ofensiva que atingiu 190 alvos em seis estados. Os investigadores sustentam que sua atuação teria sido determinante para a estruturação de companhias em paraísos fiscais, especialmente em Delaware, com o objetivo de blindar recursos e dificultar a rastreabilidade de valores suspeitos.
No centro do inquérito está Ricardo Magro, dono da antiga Refinaria de Manguinhos e apontado como maior devedor de ICMS do estado de São Paulo e um dos maiores do país. Segundo as autoridades, o grupo empresarial comandado por ele estruturou uma sofisticada rede de empresas, holdings, fintechs, fundos e offshores para ocultar patrimônio, blindar recursos e simular operações financeiras, numa estratégia caracterizada pelos investigadores como "engenhosa" e de alta complexidade.
Cristiano Beraldo surge nesse contexto como peça relevante da engrenagem financeira atribuída ao grupo. De acordo com o Ministério Público de São Paulo, ele seria o responsável por manter e administrar empresas offshore nos Estados Unidos que estariam direta ou indiretamente vinculadas a Ricardo Magro. Registros empresariais indicam que algumas dessas companhias compartilham endereço com firmas ligadas ao empresário em Miami, reforçando a suspeita de confusão patrimonial e triangulação internacional.
Entre as empresas associadas a Beraldo estão estruturas registradas em Delaware, estado considerado um paraíso fiscal. Os investigadores afirmam que essas companhias teriam sido utilizadas para mascarar a origem de recursos e dificultar a atuação dos órgãos de fiscalização, ampliando o alcance do esquema também fora do território brasileiro.
Megaoperação mira esquema bilionário
A operação cumpriu 190 mandados de busca e apreensão em seis unidades da federação, mobilizando mais de 600 agentes públicos. Entre os alvos estavam ainda executivos e operadores financeiros ligados ao grupo, incluindo ex-diretores da Refit e profissionais apontados como responsáveis por estruturar empresas usadas na lavagem de dinheiro.
Ricardo Magro, que vive entre os Estados Unidos e Portugal, não foi localizado pelas autoridades no momento da ação. Seus advogados optaram por não se pronunciar sobre a operação. 
Beraldo, por sua vez, divulgou vídeo nas redes sociais após ter o nome citado na operação e anunciou seu afastamento das atividades na Jovem Pan e da militância política.  
"Acabei de ser surpreendido agora com a informação de que meu nome consta na lista dessa operação. Não sei exatamente qual o o motivo que fez com que meu nome estivesse ligado a essa operação, tenho mais de 25 anos de carreira, trabalhei duro pra ganhar cada centavo que ganhei e tenho minha atividade profissional estabelecida, sou especialista em administração e gestão de empresas em dificuldades e hoje trabalho nos Estados Unidos. Estou bastante surpreso, mas vou me aprofundar e entender o que aconteceu. É um momento em que preciso focar nisso, e com isso me afasto tanto das minhas atividades de militância política como de comentarista político", disse. 
Enquanto isso, a Refit afirma, em nota, que as dívidas fiscais discutidas na operação estão sendo questionadas judicialmente e nega irregularidades.
"Os débitos tributários apontados pela Secretaria da Fazenda de São Paulo, que serviu como base para a operação Poço de Lobato estão sendo questionados pela companhia judicialmente — exatamente como fazem inúmeras empresas brasileiras que divergem de uma cobrança tributária, incluindo a própria Petrobras, maior devedora do Estado do Rio de Janeiro. Trata-se, portanto, de uma disputa jurídica legítima e não de qualquer tentativa de ocultar receitas ou fraudar o recolhimento de tributos. Todos os tributos estão devidamente declarados portanto não havendo que se falar em sonegação. É lamentável que as autoridades constituídas permitam ser levadas a erro pelo cartel das distribuidoras personificado no Instituto Combustível Legal", diz comunicado oficial da empresa.
O Ministério Público, no entanto, aponta que o volume de débitos inscritos em dívida ativa ultrapassa dezenas de bilhões de reais e que o esquema apresenta características típicas de organização criminosa estruturada, com atuação coordenada para sonegar impostos e lavar recursos por meio de operações financeiras transnacionais.
Ao comentar a operação, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vinculou o setor de combustíveis ao financiamento de atividades criminosas de grande escala. Segundo ele, "é o andar de cima que irriga com bilhões as atividades criminosas. Não estamos falando de milhões, mas de bilhões. Hoje estão sendo bloqueados R$ 8 bilhões de fundos".
As investigações seguem em andamento e não se descarta o aprofundamento das apurações no exterior, inclusive com cooperação internacional. 

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