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A armadilha das terras-raras

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A armadilha das terras-raras



Quando você terceiriza produção por décadas, não perde apenas fábricas — perde o conhecimento.

A China domina 90% da produção global de terras-raras — minerais essenciais para smartphones, carros elétricos e tecnologia militar.

Como chegamos aqui: Três inovações dos anos 60-70 mudaram tudo:

  • Aviões a jato capazes de voos transcontinentais (Boeing 707)

  • Cabos telefônicos transpacíficos

  • Containers padronizados para transporte

Essas tecnologias tornaram viável desenhar produtos nos EUA e fabricá-los na Ásia. O que começou como busca por mão-de-obra barata virou dependência total.

O caso Apple ilustra bem: A empresa precisa de 30.000 engenheiros de manufatura para gerenciar 700.000 trabalhadores nas fábricas chinesas. Não é que faltam engenheiros nos EUA — é que não existem mais fábricas para eles trabalharem.

Com terras-raras, o roteiro se repetiu: A China identificou isso como prioridade estratégica enquanto os EUA tornavam inviável manter em seu território. Toda a cadeia — separação, processamento, refino — migrou para lá. Qualquer tentativa de criar alternativas é sabotada por dumping de preços chinês.

Por que isso importa: Diferente do que prega a teoria do livre comércio, a globalização não aumentou a resiliência das cadeias de suprimento — ela a destruiu.

  • Quando tudo se concentra em um único lugar por décadas, você não está apenas terceirizando produção. Você está abandonando conhecimento, capacidade técnica e curvas de aprendizado inteiras.

O resultado? Tim Cook pode dizer que a Apple só participa de mercados onde "pode fazer contribuição significativa". Mas a tecnologia mais importante da empresa — sua capacidade inigualável de produção em escala — está nas mãos da China.

A realidade dura: Terras-raras não são realmente raras. Mas recriar décadas de escala e expertise? Isso sim é quase impossível.

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