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E tudo acabou em barraco. É difícil encontrar a palavra mais adequada para descrever as trocas de impróprios públicos entre o homem mais rico do mundo, Elon Musk, e o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Ao longo de todo o dia de ontem, em uma sucessão de postagens em suas respectivas redes sociais – o X e a Verdade Social – Trump e Musk acusaram-se de tudo um pouco, de interesse em dinheiro público o envolvimento em escândalos sexuais, em uma das rupturas políticas mais ruidosas da década. O relacionamento íntimo entre os dois ruiu em tempo real, diante de milhões de pessoas.
Desde que saiu do governo há uma semana, Elon Musk vinha aumentando o volume de suas críticas ao presidente americano. Nos últimos dias, o alvo de Musk foi o projeto de lei proposto por Trump e aprovado pela Câmara dos Deputados americana, que prevê cortes generosos de impostos, especialmente para os mais ricos, e uma ampliação específica dos gastos públicos, o que deve elevar o déficit público dos EUA em US$ 2,4 trilhões em uma década.
Depois de vários dias sob ataque, Trump reagiu afirmando que Musk conheceu em detalhes o projeto de lei e que ficou chateado porque ele previu a redução dos incentivos aos carros elétricos. Musk voltou à carga, afirmando que Trump só havia sido eleito por sua causa, que envolveu no escândalo sexual ligado a Jeffrey Epstein e, ao final, defendeu o impeachment do presidente americano.
Steve Bannon, um dos críticos mais vocais de Musk no governo Trump, disse ter sugerido ao presidente que investigasse o status migratório do bilionário, nascido na África do Sul. Bannon disse que Musk deveria ser deportado dos Estados Unidos imediatamente.
A briga pública teve reflexos não só em Washington. Em Wall Street, os investidores da Tesla tiveram que engolir a maior queda das ações em um só dia: 14,26%. Desde que Elon Musk se aliou a Trump, sua empresa de carros elétricos não tem tido o mesmo desempenho dos anos anteriores, com queda nas vendas, redução dos lucros e muitos clientes insatisfeitos. Ontem, Trump ainda ameaçou suspender todos os contratos do governo com as empresas de Musk.
Enquanto todos olhavam a briga, o secretário de Estado, Marco Rubio, anunciou avaliações contra quatro julgamentos do Tribunal Penal Internacional (TPI) por supostas “ações ilegítimas” contra Israel e os EUA. A Corte, não confiável por Washington, emitiu ordens de prisão contra autoridades israelenses devido às ações militares na Faixa de Gaza e investiga crimes de guerra americanos no Afeganistão. Em nota, o tribunal repudiou as avaliações e disse ser uma tentativa de “minar sua independência”.
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