Eduardo Bolsonaro é o retrato caricato de um fenômeno típico das elites autoritárias

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Eduardo Bolsonaro é o retrato caricato de um fenômeno típico das elites autoritárias: o sujeito que se fantasia de patriota enquanto atenta contra a própria soberania nacional.

Com discursos inflamados sobre liberdade e pátria, tenta ocupar o papel de salvador, quando na verdade atua como agente da corrosão democrática, usando o manto da legitimidade popular para promover interesses próprios e externos, como ficou escancarado ao participar de articulações internacionais contra autoridades brasileiras. Não há nada de patriótico em pedir sanções contra o próprio país. Isso é traição. Não há nada de democrático em conspirar nos bastidores para blindar uma elite política envolvida em escândalos. Isso é parasitismo institucional. E como eu bem sei no Rio, onde a política muitas vezes mistura palanque e palco, é ainda mais nítido reconhecer o teatro dos que gritam por liberdade apenas quando sentem o cerco da Justiça se apertar. O que esperar de alguém moldado sob a influência direta de um pai que sempre usou a pátria como slogan e o poder como negócio? O traste, como eu bem nomeio, construiu sua trajetória política no grito, no ódio e na desinformação. Eduardo é só o produto mais ruidoso dessa cartilha, uma espécie de cópia mal editada do original. A tentativa de se colocar como herói da nação é uma encenação tosca. Não se trata de defesa do Brasil, mas de autopreservação. Uma família cercada por investigações que grita por liberdade apenas quando se vê diante da Justiça. Patriota de verdade defende o povo, não os próprios privilégios. Respeita as instituições, não as sabota. E jamais, jamais pede a potências estrangeiras que intervenham em assuntos internos para proteger seu grupo político. Eduardo Bolsonaro não é salvador. É um dos protagonistas do desmonte. E a História, cedo ou tarde, cobra caro dos que confundem amor à pátria com amor ao próprio espelho.