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Seguindo os passos do ex-presidente Jair Bolsonaro, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), na iminência de ser presa, decidiu adotar a estratégia da vitimização.
Depois de tomar remédio em público e afirmar que vai morrer na cadeia, logo após o Supremo Tribunal Federal (STF) condená-la a 10 anos de prisão e à perda de seu mandato, a parlamentar extremista divulgou um vídeo no qual deixa as ironias e a valentia observadas outrora de lado e aparece com semblante triste, falando com a voz suave e pedindo doações em dinheiro aos seus apoiadores via Pix.
"Hoje venho aqui com o coração apertado, mas com coragem para enfrentar tudo de cabeça erguida. Fui condenada a pagar multas milionárias, mesmo sem ter cometido crime, por lutar pelas liberdades que acredito. Antes mesmo do fim do processo, a Justiça já pode exigir esse pagamento — e eu não tenho como arcar sozinha com isso. Por isso, lanço essa campanha de Pix. Se você acredita na minha luta, se entende que o que está em jogo é muito maior do que uma condenação injusta, me ajude. Essa é uma batalha por todos nós. Que Deus nos abençoe e que a verdade prevaleça", escreveu Zambelli na legenda da publicação.
Apesar de alguns seguidores manifestarem apoio à deputada, muitos ironizaram a situação. "Peça para o mito", escreveu um internauta, em meio a inúmeros outros comentários do tipo. resar
Carla Zambelli presa e cassada: os próximos passos
A deputada bolsonarista Carla Zambelli (PL-SP) foi condenada à prisão e à cassação do mandato pela Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (14), por crimes gravíssimos contra o Estado democrático de Direito, envolvendo a invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) em parceria com o hacker Walter Delgatti.
Na denúncia apresentada pela Procuradoria-Geral da República, Paulo Gonet afirma que Zambelli foi a autora intelectual da invasão e contratou Delgatti para executar o crime, com objetivo de inserir nos sistemas do CNJ um mandado de prisão falso e em aberto contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, entre outras manipulações ilegais.
O PGR relacionou os crimes à incitação de atos antidemocráticos e escreveu que eles foram cometidos visando a obtenção de “vantagem midiática e política” e “com o fim de prejudicar a credibilidade e o regular funcionamento do Poder Judiciário”.
Gonet avaliou que os crimes foram de “gravidade acentuada”, pois tiveram “o propósito espúrio de tentar colocar em dúvida a legitimidade e a lisura da administração da Justiça, como estratégia para incitar a prática de atos antidemocráticos e tentar desestabilizar as instituições republicanas".
De forma unânime, os ministros da Primeira Turma decidiram condenar a deputada bolsonarista a 10 anos de prisão em regime fechado, inelegibilidade com base na Lei da Ficha Limpa e pagamento de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos.
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