General Braga Netto é abandonado pela elite do comando militar

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A avaliação interna é que ele abandonou a Força ao ordenar ataques contra militares que se recusavam a aderir ao plano golpista.


A Procuradoria-Geral da República (PGR) denunciou Walter Braga Netto como um dos principais líderes do golpe de Estado fracassado no 8 de Janeiro, ao lado de Jair Bolsonaro (PL). Para integrantes da cúpula militar, no entanto, sua motivação não foi ideológica, mas pragmática.


O general Braga Netto é apontado como um dos principais articuladores do golpe de Estado fracassado em 8/1

No Alto Comando das Forças Armadas, há consenso de que Braga Netto não queria perder influência no núcleo do poder e “voltar para a planície”, segundo apurou a colunista Bela Megale, do diário conservador carioca ‘O Globo’. Para esses oficiais, o general da reserva atuou diretamente para impedir a posse de Lula e promover uma ruptura institucional.


Generais de alta patente chegaram a defender colegas como Augusto Heleno e Paulo Sérgio Nogueira, mas não intercederam por Braga Netto. A avaliação interna é que ele abandonou a Força ao ordenar ataques contra militares que se recusavam a aderir ao plano golpista.

Sem apelo

Desde o governo Bolsonaro, Netto mostrou-se subserviente ao então presidente, algo que incomodava, e muito, uma parte considerável do comando militar. Ainda assim, Braga Netto tornou-se um dos nomes de maior confiança de Bolsonaro, que o escolheu como candidato a vice, apesar de o general não ter grande apelo eleitoral.

Preso em uma unidade militar do Rio de Janeiro desde dezembro, por obstrução de Justiça no âmbito da investigação sobre o golpe, Braga Netto apresentou sua defesa ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última sexta-feira. Seus advogados criticaram a denúncia da PGR, chamando-a de “filme ruim e sem sentido” e atacam o acordo de delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.


Golpe

A defesa de Braga Netto também acusou Moraes de “extrapolar o limite legal” na delação de Cid e alegou que a atuação do magistrado no acordo “foge ao limite da atuação judicial” e “fere a estrutura acusatória do processo penal”.

A PGR denunciou Braga Netto pelos crimes de tentativa de abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, ameaça contra patrimônio, deterioração de patrimônio tombado e participação em organização criminosa. Somadas, as penas máximas podem ultrapassar 40 anos de prisão.

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